A chamada ‘tomada dos sertões’ foi tema acalentado também pelas elites paulistas desde o século XIX, tendo sido amplamente discutido, inclusive, pelo Instituto Histórico e Geográfico Paulista-IHGP, decorrendo na obra Os sertões de Euclides da Cunha em 1902 ou mesmo na Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo, a partir de sua expedição de 1905. Com a repercussão de seus mapas representando um ‘vazio civilizatório a ser ocupado’, apontava-se, por um lado, as potencialidades vindas de suas florestas, paisagens e vilarejos e, por outro lado, obstáculos a serem transpostos representados, sobretudo, pela presença dos indígenas e no combate às endemias e epidemias que abatiam as áreas a serem tomadas. Nessa direção, tal avanço territorial teve a presença intensa dos médicos e agentes de saúde pública ao colaborar nesse (re) desenho territorial que se formalizava, espraiando e interiorizando suas instituições, identificando males e práticas que se ajustariam ou não ao projeto médico-sanitário paulista sob uma concepção de excepcionalidade. Acreditamos ser esse um tema ainda inédito quando visto em seu conjunto, trazendo uma sólida contribuição ao alargamento das interpretações em torno da noção de território e paulistanismo em conexão com a medicina, a saúde pública e as artes de curar.
- Titulo: Os sertões paulistas
- Autor: André Mota
- Editora: ALAMEDA
- Idioma: Português
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- Ano de edição:
- Assunto: LIBROS > LITERATURA
- ISBN: 9786559660353