Odin ù deus da Poesia, deus dos deuses na Mitologia Nórdica ù foi o leitmotiv para se dedilhar impressões poéticas sob o dorso comum à memória e ao pensamento. Na verdadeira Tradição ocidental, a Mitologia Nórdica é mais bela e mais profunda do que as Mitologias Grega e Romana. Mais bela porque está mais próxima da condição humana;mais profunda porque toca essa mesma condição de uma forma real e sentimentalmente perturbadora. A vida é nada perante o Fim que anuncia o ressurgimento de um tempo de bem e paz absolutos. O destino é, nisto, a grande matriz, contra a qual nem os deuses lutam: somente se preparam para o dia em que terão de morrer pelos Homens. Os corvos de Odin, Munin e Hugin, que voavam pelo Mundo para lhe dar notícias deste, simbolizam aquilo que concretiza o esplendor e a decadência de cada vida humana: a capacidade de que o Homem tem em rememorar e pensar sob as cinzas das reminiscências. Munin (ou a Memória) e Hugin (ou o Pensamento) são dois corvos que perpetuam, num plano que não é atingido por qualquer um, a essência humana. Não têm um sentido agourento, conforme a Igreja Católica quis um dia crer, mas um sentido mágico e metafísico ù iniciático aliás. Os dois corvos de Odin são o lado místico (por conseguinte, quase insondável) dos Homens. Odin, segundo este Poeta, é o absoluto da Iniciação (morrer em consciência para se renascer para a ‘vida nova’). Por isto, invocá-lo, neste conjunto de poemas, tem a intenção de ter lado a lado o antigo âmago nórdico e a modernidade que procura o Norte ù o Norte dos deuses que morreram pelos Homens. Que este Poeta se cumpra na iniciação de Odin ù o deus da Poesia: o deus das palavras sagradas, pelas quais cada ser suspira na noite da sua morte.
- Titulo: OS DOIS CORVOS DE ODIN
- Autor: FRANCLIM, S.
- Editora: ZEFIRO EDIÇOES
- Idioma: Português
- Capa: OTRO FORMATO LIBRO
- Ano de edição: 2005
- Assunto: LIBROS > POLITICA, RELIGIÓN Y FILOSOFIA > CIENCIAS OCULTAS