Ao visitar uma obra cujo tempo útil já foi ultrapassado, assaltam-nos perspectivas do que foram e expectativas do que poderiam ser essas ruínas arquitectónicas. Louis I. Kahn dizia-nos que a arquitectura só era revelada em toda a sua plenitude quando os edifícios se esvaziavam da sua função e se tornavam ruínas. Sobre as ruínas, sobre a imaginação dos tempos idos da 2.ª revolução industrial, visitei e galguei complexos fabris imensos, verdadeiros contentores de espaços fantásticos, contentores de actividades imaginadas e contadas pela história, ainda recente, da arquitectura moderna ou, neste caso, pró-moderna. Esta condição piranesiana da construção humana concebe a qualidade espacial, onde aparentemente existem, só e apenas, restos físicos de tempos heróicos dos primórdios da revolução industrial. Contentores de actividades específicas ou contentores abertos e flexíveis a programas e, como tal, atividades, diversas? Afinal, se estas obras influenciaram e contribuíram para uma prática profissional mais suportada em aspectos técnicos, incluindo os engenheiros das especialidades, obedecendo a orçamentos e prazos e sendo moldadas por questões pragmáticas e operativas, como é que os construtores modernos, nomeadamente os arquitectos modernos, absorveram e tornaram nalguns casos seus, estes ‘mandamentos’, onde o programa, a estrutura e a economia eram parâmetros obrigatórios? Ainda hoje o são…
- Titulo: O EDIFÍCIO FABRIL EM BETÃO ARMADO – Dos E.U.A. aos modelos europeus de modernidade û a consolidação
- Autor: PEDRO, RAVARA,
- Editora: CALEIDOSCOPIO
- Idioma: Português
- Capa: OTRO FORMATO LIBRO
- Ano de edição: 2015
- Assunto: LIBROS > ARTE, ARQUITECTURA, CINE Y FOTOGRAFIA > ARQUITECTURA